Você passeia dentro de mim, aparece entre os arbustos me chamando, entre cavernas soterradas, por dentro das jaulas fechadas. Invade a sala, quarto e jardim. Às vezes leva minhas flores e em outras me rouba um beijo. Corre como menina levada se escondendo nos meus sonhos.
Mas quando acordo você não está mais ali.
Me sinto perdido. Me acho e me divido. Sou um que soma dois. Um antagonismo precioso, extremos opostos que se interligam num círculo vicioso sem fim. É riso e choro, drama e comédia, tudo assim.
E a mesma chave que abre é a que fecha. Somos dois labirintos que se encaixam como peças perfeitas de um relicário antigo.