Ei, coração, onde está você?
Debaixo da cama, escondido com medo da luz? Me conte o que há de errado e eu vou te entender.
Ei, coração, que bate em meu peito num ritmo lento. Me diga, o que há de errado? A porta emperrou ou foi você que trancou? Parece um menino acuado, com medo da bronca, fazendo hora na rua pra não chegar em casa e encarar os olhos dos pais.
Eu vou te limpar, eu vou lavar o seu rosto e enxugar as lágrimas. Nós que sempre fomos um. Nós que sempre aguentamos a verdade. Toda a sinceridade absurda dos dias mais cínicos. Toda a ferocidade da capa do jornal de domingo, dizendo que o amor morreu.
Hoje é domingo e de amanhã já não sei.