19 de junho de 2011

Coração confesso

Ei, coração, onde está você?

Debaixo da cama, escondido com medo da luz? Me conte o que há de errado e eu vou te entender.

Ei, coração, que bate em meu peito num ritmo lento. Me diga, o que há de errado? A porta emperrou ou foi você que trancou? Parece um menino acuado, com medo da bronca, fazendo hora na rua pra não chegar em casa e encarar os olhos dos pais.

Eu vou te limpar, eu vou lavar o seu rosto e enxugar as lágrimas. Nós que sempre fomos um. Nós que sempre aguentamos a verdade. Toda a sinceridade absurda dos dias mais cínicos. Toda a ferocidade da capa do jornal de domingo, dizendo que o amor morreu.

Hoje é domingo e de amanhã já não sei.

Um comentário:

  1. Que lindo! Nada melhor que essa reconciliação...

    Seus textos sempre me enchem de um sentimento tão bom, algo como empatia, como "não sou a única a sentir ou ter sentido assim". ><

    Beijos, beijos!
    Ana

    P.S.: Só não concordei com, ou entendi o, marcador "adeus".

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