3 de maio de 2010

Uma coisa que escrevi no caderno




O peso do ferro amassado, estragado, enfiado em meu peito.
O amor, o frio, e o gelo na espinha depois da queda no abismo.
Você não tem mais asas, não tem mais força pra nadar.
É um soco no espelho e o estilhaço quebrado que vai me cortar.
A água gelada escorrendo, o rio de lembranças veio me lavar.
Ninguém reconhece meu grito, o eco não está nessa sala.
Está dentro, bem fundo e perdido, nem a brasa do fogo faz se encontrar.
A azia dissolvendo o meu riso, a última esperança eu lancei e o que peguei de volta no ar foi essa lágrima que pintei.
Descubro no passado, você me abandonou completamente sozinho sem piedade e sem remorso, sequer olhou pra trás. Não significa mais nada, sou uma interrogação que você não quer mais solucionar.
Nada.
Nada.
Nada.
Nada faz voltar.
E eu não tenho mais o que fazer.

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