24 de outubro de 2010

21

Hoje dia 21.

Essa data representa tanta coisa, não é um dia como qualquer outro. Sempre me lembrando de um pacto que foi selado e já foi quebrado. Um ciclo que começou mas ficou aberto, com um desfecho triste, mesmo com as histórias boas na memória.

Mas não vim para contar as tristezas do meu peito, nem falar sobre as tempestades que atormentam minha alma. Vim para falar de novos amanheceres e reger as sinfonias de novas canções nos cantos dos pássaros.

O dia se descortina e o sol me dá bom dia, eu lembro do momento na beira da praia ouvindo o som do mar rolar. Lembro do teu toque e do teu cheiro, mas o que não sai da minha cabeça é o som da tua voz e o eco da tua risada nas minhas cócegas.

Eu ainda sei e acredito que o nosso amor é novo, é o velho amor ainda e sempre. E fico com medo da noite, quando não sei onde você está. E não posso descarregar as conquistas do meu dia, cada uma como uma bala numa metralhadora, acertando em cheio o alvo dos meus objetivos. Não posso marcar a lista das coisas que vamos fazer do nosso futuro. Não posso te ligar porque você perdeu o celular. Mas o que dá mais medo é não saber se você volta. Não diga que você não volta, eu não vou conseguir dormir.

Eu sempre exagero, na minha alegria, na minha tristeza e até no meu desespero. Mas eu sempre fui assim, exagerado, jogado aos seus pés, eu sou sempre exagerado. Participo da vida como um ator iniciante, e as vezes como um ator veterano, ensaiando meus passos, sejam eles de dança, de pressa ou pra sair de fininho. Porque tudo faz parte do meu show.

Minha garganta estranha, quando não te vejo. Me vem um desejo doido de gritar, de te chamar, de brigar pra estar com você aqui pertinho de mim. Como um cão sem dono me ponho a ladrar. Eu aprendi a me virar sozinho, mas se eu estou te dando linha é pra poder te aproximar.

O teu amor é uma mentira que a minha vaidade quer, e eu bebo poesias de cego, você não pode ver, não pode sentir o cheiro nem tocar a superfície de cada verso.

Não assumimos quem somos, mas nesta data ninguém nos acusa.Ninguém vai nos perdoar, nosso crime não compensa.

2 comentários:

  1. Que texto lindo... Uma saudade que podia ser melancólica, mas que tem um tom de esperança admirável. Tom de quem ama as lembranças, e ama a si mesmo, sonha com um futuro, mas parece amar e viver o presente.

    Parabéns, Léo!
    Beijos!
    Ana

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  2. Belo texto, simplicidade que toca a alma.
    Parabéns
    Abraços Manu

    Um gole de café com hermenêutica pra você

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