8 de novembro de 2010

Tão pouco

Estou cansado.

Eu lutei tanto, eu insisti tanto, até a saliva da minha boca secar, até os olhos cegarem e os joelhos dobrados quebrarem. Fui até os confins do inferno e entreguei meu ego ao diabo, negociei minha rendição e vendi meu orgulho, busquei a redenção e salvação, tudo por um motivo estúpido.

Fui um estúpido.

Nada que eu fizesse faria você voltar. Nada que eu fizesse faria eu esquecer. Nada que eu fizesse desataria o nó dessa encruzilhada. Naquele dia que eu te encontrei, no dia que nossos caminhos se cruzaram.

Você foi embora, não é a mesma nem por dentro e nem por fora.

Tudo que eu fui ao seu lado, todas as coisas boas que eu me tornei, tudo foi jogado fora. É como se eu tivesse perdido a pele em queimaduras de 3º grau quando você mostrou quem realmente era.
A decepção me tirou a roupa e me deixou nu, e eu me sinto agora envergonhado por você.

Vergonha de ter compartilhado segredos, de ter confidenciado desejos e unidos sonhos. Vergonha de ter deixado parte de quem eu era pra trás e agora não resgatar mais minha vida. Vergonha de ter andado ao lado de alguém que hoje só me traz essa mesma vergonha.

Tudo que eu queria era apagar tudo isso, não ter vivido nada do seu lado seria mais brando do que ter a liberdade vazia de uma decepção tão amarga. Eu não sinto mais amor por você, eu não sinto mais raiva de você. Nem nojo. Apenas pena.

Pena por ter perdido tanto tempo por tão pouco.

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