25 de julho de 2010

Cãimbras


Não é conformismo. Não tenho a pretensão de me conformar, mesmo porque eu teria que me livrar do que sinto até chegar perto desse sentimento.
Conformismo é um sentimento, acredite.

Você já não tem mais fôlego. Há cãimbras nas suas mais profundas memórias. Você tem preguiça de olhar as coisas boas. As dores nos músculos te impedem de correr mais 5 metros e a linha de chegada estava ali na frente. Mesmo que não houvessem prêmios. Mesmo que o prêmio fosse nossos sorrisos, juntos abraçados contando novas histórias. É a fadiga do amor. E quando o outro se cansa, não adianta correr atrás. É o conformismo aflorando como sentimento.

Você já não faz questão de tentar. Não faz mais diferença alimentar os sonhos que tivemos na cumplicidade dos lençóis. As paredes nunca foram testemunhas do amor e nem iriam depôr a favor do nosso caso no julgamento de nossa relação. A única relação que fazemos agora é das coisas que temos que devolver.

Pois o conformismo é um sentimento, agora eu sei. Mas ainda não sinto. Sinto muito.

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