16 de julho de 2010
Devaneios Noturnos
Ele não sabia bem o que buscava, preso e enroscado no seu próprio devaneio. Às vezes mais rápido do que podia querer. Do que podia pensar, do que podia perceber.
A apreensão em cima do seu dia-a-dia, martelando o consciente, na busca por uma brecha. Uma razão vazia, teimosa e vadia. Ele queria achar o porquê. Mas porque não acho a resposta, muitas vezes se perguntava. Ou perguntavam para ele.
Era uma sensação, era como o tambor de uma arma. Vazio. Fulmegante. Dissonante. Em alguma direção ele ia, junto com algo que ele não entendia.
As emoções estão tão marcadas, tão usadas, tão apagadas. Estenda um lençol lavado e você não sabe quem se deitou nele. Abra meu coração e você não vai saber quem deixou ele assim.
Já não sei se é emoção legítima. Já não sei mais nem o que é um sorriso verdadeiro. Aonde está a beleza das cores? É no que vemos, na cor refletida, no tom, no olho, na percepção da imagem? Eu sei que preciso olhar, mas o que vejo ao redor são cinzas. De cigarros, de bombas, de casas queimadas.
Me troque por um champagne. Me troque por uma limusine. Me troque por seu castelo invisível. De dentro da sua torre você é a ditadora do seu próprio reino.
Eu não sou o cara de terno alinhado, o superstar ou o empresário do ano. Não vou lhe dar rosas toda sexta-feira, nem te levar nos melhores motéis do mundo. Não vou te dar jóias caras, nem lindos vestidos. Não vou te dar nem oi quando você passar.
Porque você já passou. Já passou da conta, já deixou de fazer de conta.
Contado por
Léo de Cannes
Marcadores:
Adeus
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*cue pra um "ôbuie" dos racionais :)
ResponderExcluirUma vez que não faz mais de conta, que tal ser real? hehehe
ResponderExcluirAdorei o texto!
Por sinal, adorei o blog! Passo a seguir.
Até mais.
Ana