5 de março de 2010
Insônia
Porque amor, porque agora e porque assim? É sem querer, é querendo o não querer ou vivendo do avesso que vou te entender?
Não consigo falar, não consigo dizer, as palavras são anzóis puxando o fio do que resta do meu raciocínio, e mesmo com os pés na mesa e as mãos na cabeça eu não pareço nem sou mais esperto.
Rabisco um pouco a folha em branco. E mesmo lá, tudo branco, fundo branco, cor e letra preta, não está lá.
O que será? Cadê você? O que é você?
Apago a luz, acendo a cabeça,desligo o coração. A brasa queima e arde, a luz expande e o som ecoa. Pulsa, pulsa, quer sair, quer falar e dizer. Mas eu só deixo nas palavras, pode se esconder nos meus dedos, mas não no fundo da alma.
Por favor, não. Daí é sacanagem.
Mostrou um olho, mostrou um dente, um beijo quente e ardente, foi pro papel. Amasso a folha e jogo no lixo, penso no que foi embora, no que foi pro lixo. Mas a dormência no cotovelo continua, ainda não me livrei de nada. Não apaziguei minha calma, não estirei as pernas na cama e dormi à vontade.
Eu posso tentar dizer, eu posso tentar escrever, mas o que sinto não é isso. Quando o coração fala a cidade pára, o destino se apresenta e coloca a chave debaixo do tapete.
Quem é que vai entrar pela porta?
Contado por
Léo de Cannes
Marcadores:
Amor
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