9 de agosto de 2010
Meu amor é uma vingança
Eu não sei o que fazer. Faço o que não sei explicar. Estou preso em um lugar do qual não consigo sair. E é por baixo da minha pele.
Você não gostaria de estar aqui. Não gostaria de sentir o sabor desse licor que corre em meu sangue. Um coquetel de dúvida e certeza, de medo e coragem, de queda e ascensão, um redemoinho cardíaco no meu sistema nervoso. Na verdade, há muito tempo já enfurecido.
Eu não quero cantar somente as dores, eu quero lembrar das vitórias. Mas o peso de cada medalha me traz ao meu corpo o peso do teu. Eu carrego os triunfos dentro da minha retina e nela você está marcada. No canto do meu olho, onde eu não te perco te vista. Mesmo que queira olhar pro lado, lá está você.
Você é a coçeira dentro do ouvido, lá onde eu não posso alcançar. Sussurando arrepios de saudade, marcas de batom que mancharam minha pele como uma tatuagem e o cheiro mais insuportável do teu perfume no meu casaco.
Eu como o seu corpo, eu bebo o seu desprezo, eu lavo a roupa manchada de sangue de mais um encontro traiçoeiro. Meu ralo só bebe os vestígios de nossa liberdade mais imunda.
Pois o meu amor é uma vingança que promete matar a solidão. É uma vingança aos dias vazios. Uma vingança as lágrimas de desespero, uma vingança ao dia que nunca iria chegar.
Uma vingança a minha língua que um dia duvidou do nosso amor.
Contado por
Léo de Cannes
Marcadores:
Amor,
Saudade
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Curti o texto Leo, continue assim!
ResponderExcluirNoossa, seus textos me encantam cada vez mais. Vez enquando volto aqui para relê-los, é como uma sede por paixão, por toda essa paixão literária que expressa.
ResponderExcluirSurge uma dúvida - pouco comum a mim -: o escritor e o eu lírico são próximos? Isto é, tanta paixão é pura criação ou corre por suas veias realmente? Se quiser me responder me trará alegria, se preferir se esconder no eu lírico eu compreendo.
Abraços!
Ana
A música acompanhou muito bem o teu texto. Adorei!
ResponderExcluirJá te falei o que penso!
ResponderExcluirBem sem graça eu né? HAHA
beijao xero