
Me vejo parado perto da beira de um lago límpido. Seu azul é profundo, tão profundo quanto a cor dos seus olhos. O vento me traz a brisa de um sorriso e tudo que tenho são quilômetros de desvantagem.
Hoje dia 21.
Essa data representa tanta coisa, não é um dia como qualquer outro. Sempre me lembrando de um pacto que foi selado e já foi quebrado. Um ciclo que começou mas ficou aberto, com um desfecho triste, mesmo com as histórias boas na memória.
Mas não vim para contar as tristezas do meu peito, nem falar sobre as tempestades que atormentam minha alma. Vim para falar de novos amanheceres e reger as sinfonias de novas canções nos cantos dos pássaros.
O dia se descortina e o sol me dá bom dia, eu lembro do momento na beira da praia ouvindo o som do mar rolar. Lembro do teu toque e do teu cheiro, mas o que não sai da minha cabeça é o som da tua voz e o eco da tua risada nas minhas cócegas.
Eu ainda sei e acredito que o nosso amor é novo, é o velho amor ainda e sempre. E fico com medo da noite, quando não sei onde você está. E não posso descarregar as conquistas do meu dia, cada uma como uma bala numa metralhadora, acertando em cheio o alvo dos meus objetivos. Não posso marcar a lista das coisas que vamos fazer do nosso futuro. Não posso te ligar porque você perdeu o celular. Mas o que dá mais medo é não saber se você volta. Não diga que você não volta, eu não vou conseguir dormir.
Eu sempre exagero, na minha alegria, na minha tristeza e até no meu desespero. Mas eu sempre fui assim, exagerado, jogado aos seus pés, eu sou sempre exagerado. Participo da vida como um ator iniciante, e as vezes como um ator veterano, ensaiando meus passos, sejam eles de dança, de pressa ou pra sair de fininho. Porque tudo faz parte do meu show.
Minha garganta estranha, quando não te vejo. Me vem um desejo doido de gritar, de te chamar, de brigar pra estar com você aqui pertinho de mim. Como um cão sem dono me ponho a ladrar. Eu aprendi a me virar sozinho, mas se eu estou te dando linha é pra poder te aproximar.
O teu amor é uma mentira que a minha vaidade quer, e eu bebo poesias de cego, você não pode ver, não pode sentir o cheiro nem tocar a superfície de cada verso.
Não assumimos quem somos, mas nesta data ninguém nos acusa.Ninguém vai nos perdoar, nosso crime não compensa.
A saudade que me perseguiria nas semanas longíquas, durante as horas no nosso bate-papo, entre os estalos das risadas no telefone, na saudade, na lembrança, na memória.
Lembro que naquele momento eu queria parar o ônibus, mas sabia que não podia. Eu podia me jogar na sua frente, mas ele não ia parar. É como agora, eu quero me jogar na frente, impedi-lo, pará-lo, mas ele vai passar por cima, me destroçar.
Eram 2 horas de viagem, mas os dias já passavam por mim trazendo o peso da saudade.Meu disc man barato e as músicas de amor que me acompanhavam nessa viagem marcante. Poucas viagens que marcaram minha vida. E continua, marcando, dia após dia.
Um dia lindo, um passeio maravilhoso.
Qualquer dia eu visito Blumenau.
UPDATE: corrigi alguns erros e arrumei algumas coisas. Estava emocionado na hora do post.
Nos deitamos mais uma vez, lado a lado, olhando bem de perto, nosso olhar refletindo distância alguma. A voz como um sussurro querendo contar um segredo.
Sua pele ainda está no meu travesseiro, um fio de cabelo seu engasgado em minha garganta, o seu cheiro dormindo abraçado no meu sonho.
Li um livro pra você, li um dia inteiro na sua memória, li uma história pra se repetir.
Inconsciente busquei o toque, inconsciente mostrei sem fazer nada, acordado enquanto sonhava o beijo que surgiu.
A paz só surge quando não tememos mais a guerra. O amor é guerra, é paz e ódio, os extremos de nossas emoções mais íntimas. O prazer que nos condena.